Eugène-Henri-Paul Gauguin (1848-1903), pintor Francês, de família de intelectuais, nasceu em Paris. Seu pai era jornalista e a mãe escritora. O Imperador Napoleão III exercia poder absoluto na França entre 1852 e 1858 e perseguia a imprensa. Dessa maneira, por motivos autoritários desta política, com a família Gauguin foi viver parte de sua infância em Lima, no Peru, até os 7 anos de idade.

Após mudanças no cenário político, em 1855, com a família volta a viver na França e ainda adolescente, aos 17 anos, serviu a Marinha que lhe oportunizou viajar por vários países. Essa experiência pode ter dado a Gauguin o gosto pela observação da natureza e de colecionador de arte.

Chegou a comprar o quadro Fruteira, Copo e Maçãs, de Cézanne. Mais tarde foi corretor de Bolsa com sucesso em Paris, casa-se em 1873 e tem cinco filhos. 

A decisão

Aos 35 anos, entretanto, convenceu-se de que deveria dedicar-se inteiramente à arte. Dessa forma, abandonou a carreira de negociante e a família e, por volta de 1889, era a figura central de um novo movimento chamado Simbolismo. Seu estilo, embora menos intensamente pessoal que o de Van Gogh, era um avanço ainda mais arrojado para além do Impressionismo.

A dedicação absoluta pela pintura autodidata fez Gauguin entrar numa profunda pobreza e, assim como Cézanne, buscar o isolamento. Para isso, em 1888 foi morar com Van Gogh em Arles, cidade onde a vida era mais barata e ali, viver uma experiência de convívio artístico com o amigo. Dessa forma, a convivência promoveu grandes produções aos dois pintores que admiravam a gravura japonesa. Contudo, apesar da amizade que um tinha pelo outro, suas pinturas eram completamente diferentes. 

Xilogravura

Estudara também a arte medieval (escultura, tapeçaria e vitrais), a xilogravura primitiva e certos tipos de arte exótica que tinha visto na Feira Mundial de 1889 e sabia que a cor podia ser usada tanto simbólica como expressivamente.

Assim, os estudos de Gauguin soma-se ao seu interesse por religiosidade e por cultura primitiva. Era uma pessoa de ideias originais, dotada de inteligência e sensibilidade artística. Pois, ele dizia que o pintor não deve ser apenas um olho, que registra as formas e as cores, como acreditavam e faziam os impressionistas. Deve recriar a natureza, conferindo a cada imagem visual um valor simbólico e decorativo, inexistente na realidade, que poderá ser alterada e deformada.

Podemos perceber que a deformação e o colorido esplendoroso eram aspectos de interesse comum nas pinturas dos dois colegas. Contudo, uma das principais diferenças entre eles é que Van Gogh pintava o que via, já Gauguin o que via, somando-se com o que estava em sua memória e não existia na realidade, como citou Cavalcanti.

Ataque de Fúria

Nessa convivência vieram as discórdias e Van Gogh, num ataque de fúria quase mata Gauguin. Assim, assustado, Gauguin volta a Paris e de lá, em 1891, vai para a ilha de Taiti, na Oceania, mais tarde muda-se para outra ilha, a de Fatu-Iva, onde morre em 1903, mergulhado numa absoluta pobreza.

 

Foi nessa briga com Gauguin que Van Gogh cortou parte de sua própria orelha.

Enfim, apesar da triste história de vida de Gauguin, sua pintura foi outro marco importante do Pós-Impressionismo. Em obras como O Cristo Amarelo, ele tentou representar a fé simples e direta das pessoas do campo” veja abaixo como é uma imagem simbólica e não tem a preocupação em imitar o modelo natural.

paul gauguin

Portanto, plenamente confiante no que estava produzindo, Paul Gauguin traz para a cena artística uma pintura consistente. Rica em detalhes, inovadora, com temas nada Europeus. Ele aconselhou seus amigos simbolistas a afastarem-se dos Gregos e voltarem-se para a Pérsia, o antigo Egito e o Extremo Oriente”.

Veja mais sobre esse artista no vídeo abaixo:

 


Enfim, nos encontraremos no próximo artigo sobre arte moderna.

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