Primeiramente, para compreender as mais diversas técnicas da fotografia (básicas ou aprofundadas) é importante observar a origem da fotografia atual. Desse modo, neste artigo, abordarei o impressionismo. Por isso, convido você a vir comigo ao estudo da arte moderna e conhecer ou relembrar algumas obras ou artistas da época.
O Impressionismo e o Pós-impressionismo foram importantes eventos artísticos que ocorreram na Europa, na cidade de Paris, no final do Século XIX e com muita força, influenciaram, sobretudo, toda a arte do Século XX.
O Impressionismo
A princípio, foi um movimento que surgiu como uma espécie de rebeldia artística de um grupo de jovens amigos na faixa entre 23 e 31 anos de idade, que na época, se conheceram em Paris, numa escola de arte de nome Academia Suíça, por volta de 1860. Os amigos, assim, almejavam produzir uma pintura diferente daquela já consolidada há tempos na Europa e presente nos grandes museus.
Nessas instituições, havia coleções de pinturas de diversos períodos da História, abordando múltiplos temas da humanidade, pintadas de modo naturalista. Isto significa que essas pinturas parecem fotografias do mundo real. Você pode ter uma ideia desse naturalismo, observando as imagens abaixo. São de coleções pertencentes aos períodos da arte renascentista, neoclássica e do realismo.
Almoço na Relva
A obra, de Manet, foge daquele rigor presente na pintura realista. O primeiro estranhamento apontado pela crítica é o tema, onde se vê uma mulher nua num bosque, conversando com dois homens vestidos. Sendo assim, um “escândalo” para a sociedade. O segundo é o modo de pintar: sem sombreamentos, poucos contornos, sem profundidade a ponto de ter a mulher vestida no centro, apesar de distante dos outros personagens, tem erro na representação da perspectiva e parece quase voando.
Era isso mesmo que Manet queria, pois ele não estava interessado em fazer uma pintura aos moldes do realismo acadêmico. Assim, a pintura de Manet começava a se preocupar em ser um espaço de manifestações e expressões pictóricas.
Além de Manet, outros dois nomes que hoje são muito conhecidos, também participaram do Salão dos Recusados, são eles: Paul Cézanne e Camille Pissarro. Mas, como citou Gombrich, as recusas repetiram-se em vários outros Salões, até que onze anos após, em 15 de abril de 1874, aconteceu outro evento marcante na História da Arte e talvez o mais significativo.
Ateliê do Sr. Félix Tournachon
Assim, cansados de serem recusados nos Salões Oficiais, cerca de 30 artistas resolveram fazer uma exposição no ateliê do Sr. Félix Tournachon. Um fotógrafo entusiasta da arte, mais conhecido pelo apelido de Nadar se solidarizava com os artistas na situação de recusados. Entre eles estavam: Claude Monet, Paul Cézanne, Auguste Renoir, Edgar Degas, Camille Pissarro, Alfred Sisley e Berthe Morsot.
A exposição foi inaugurada no ateliê de Nadar, mas não bem recebida pelo público e muito menos pela crítica.
Os visitantes muitas vezes ficavam indignados, zombavam da qualidade dos trabalhos e riam. Contudo, alguns intelectuais e artistas apoiavam os artistas. Essa exposição durou um mês de exibição.
O Crítico Radical
O mais radical e inimigo da exposição foi o Sr. Louis Leroy, crítico popular da imprensa parisiense naquele momento, escreveu um artigo intitulado “A exposição dos impressionistas”, conforme vemos:
“Selvagens obstinados” – escreveu Louis Leroy – “não querem, preguiça ou incapacidade, terminar os seus quadros. Contentam-se com uns borrões que representam as suas impressões. Que farsantes! Impressionistas!”. A denominação impressionista, dada assim pejorativamente, fez sucesso nos meios artísticos. (CAVALCANTI, 1978, p. 72)
Dessa maneira, nessa crítica, o termo “impressionistas” que Leroy usou foi fazendo referência ao título de um quadro de Claude Monet: Impressão, sol nascente. Veja abaixo a imagem dessa pintura:
Sol Nascente
Monet, por sua vez, estava decidido a usar cores intensas e ousadas, com pinceladas soltas, sem preocupação nenhuma com contornos e formas estruturadas da imagem.
Dessa forma, assim como ele, seus outros jovens amigos inovaram os rumos da Pintura Moderna, tanto usando dessa técnica como também na temática, cujo objetivo era sair do ateliê para pintar ao ar livre.
O artista Edgar Degas, além de produzir cenas urbanas e ao ar livre, fica muito conhecido com as pinturas das bailarinas. Veja como a imagem abaixo mostra uma cena de momento íntimo, de uma possível reunião para ouvir as orientações do mestre no ensaio da dança. É um enquadramento da cena, semelhante a um flash fotográfico do cotidiano. Podemos ver bailarinas com seus corpos incompletos, quase fora de cena. Pois, Degas estava interessado em registrar isso mesmo: o momento, o movimento rápido e passageiro.
Portanto, é importante saber que os artistas de todos os tempos, por meio de sua arte, de modo consciente ou não, anunciam ou apropriam-se das tecnologias disponíveis no seu tempo.
Por isso, os valores expressivos do impressionismo estão em diálogo com as experiências e conquistas da ótica, da física e da química moderna daquele momento.
Registrar a Sensação da Luz do Sol
Assim, a pintura impressionista é eminentemente visual, é para os olhos, numa relação entre homem e natureza, ignora a alma. Pois, é inspirada no realismo momentâneo de registrar a sensação da luz do sol, da cor e suas sombras fluidas na paisagem. Uma pintura compacta, que imprime o dinamismo do universo, demonstra que tudo está em constante movimento. Sem contornos e estrutura, simplifica a forma, dá a ideia de totalidade, colorida e, sobretudo,
produzida fora do ateliê do artista, em sua maioria ao ar livre.
Enfim, nos encontraremos no próximo artigo sobre arte moderna.
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