Flash | Luz Difusa | Luz Direta | Introdução
Se você leu os artigos anteriores até aqui, já sabe como os equipamentos se comportam durante a absorção de luz pelo sensor e conhece uma gama de opções de câmeras e suas qualificações. Também já é capaz de compreender o funcionamento desses equipamentos em diversos modos de fotografia, o controle do triângulo de exposição. Portanto, está preparado para um novo passo, entender e fazer fotos com iluminação não natural (artificial).
A partir deste artigo, compreenderá os motivos para o uso de iluminação auxiliar bem como as diferenças principais entre o flash interno, da própria câmera (embutido ou pop up), bem como o flash externo (dedicado ou portátil).
Enquanto estiver estudando, a cada etapa, esteja sempre com seu equipamento em mãos e vá testando as mais diversas configurações, pois isso será de fundamental auxílio enquanto assimila a parte teórica.
A compreensão introdutória sobre iluminação auxiliar trará preparo e segurança para testar novas possibilidades diante das diferentes situações de exposição em sua fotografia.
O que é o flash e quais os tipos principais?
O flash é um recurso de iluminação auxiliar não natural, como seria a luz do sol ou da lua, e funciona como um compensador da luz ambiente insuficiente ou um construtor de efeitos de sombras, seja a cena externa ou interna.
Nossa percepção do mundo se dá por meio dos sentidos. Entre os quais, a visão, amparada pela ação da luz, é a principal responsável por revelar a natureza tridimensional da realidade.
Tridimensionalidade
O meio onde vivemos não é plano, mas dotado de medidas, profundidade, extensão. Nada disso existe em uma fotografia. O que temos ali é um recorte bidimensional do que há lá fora. Contudo, ao olharmos uma foto, temos a nítida impressão de tridimensionalidade das coisas impressas naquele pedaço achatado de papel (ou, mais comum hoje em dia, na tela plana do computador). Isso porque, embora sofisticado, o olhar (e, por conseguinte, o cérebro) pode ser enganado com alguns truques, como a perspectiva (a aparente convergência de linhas paralelas no horizonte), a escala (objetos de tamanho igual que parecem ter dimensões diferentes conforme a distância entre si), a sobreposição e a perspectiva atmosférica (o uso do desfoque e de cores frias para indicar objetos distantes).
No entanto, o resultado mais convincente é obtido pelo uso do binômio claro-escuro – a diferença tonal provocada pela gradação da luz sobre os objetos. Escolhendo a direção da luz de forma a criar sombras, garantimos um jogo de claros e escuros que nos permite perceber o volume dos objetos e a profundidade dos espaços. É importante destacar
que, quanto maior a variação tonal – diversidade de tons claros e escuros presentes em uma cena – melhor será a sensação de tridimensionalidade da imagem, pois o cérebro terá mais informações para perceber, processar e interpretar os efeitos de profundidade e volume.
Intensidade da luz
A luz disparada pelo flash é muito rápida e pulsa em velocidade aproximada de 1/900 segundos. Essa luz perderá sua intensidade à medida em que atravessar o meio até chegar ao destino, por isso, a partir do momento em que é disparada, a luz do flash tende a ser menos intensa para assuntos mais distantes do ponto de partida do disparo.
Após optar por um dos modos de fotografia (automático, semiautomático ou manual), far-se-á a medição de luz no ambiente através do fotômetro (externo ou embutido na câmera). Se depois de variar e testar todas as possibilidades de combinação no triângulo de exposição ainda assim a fotometria não encontrar um equilíbrio para a captura, terá chegado o momento de acionar o flash. Esse auxílio também usa-se propositalmente equilibrando diversas situações de luz, como a sombra que se projeta quando o assunto está de costas para a fonte de luz.
Relembrando
Sendo assim, você já compreendeu que para regular a entrada de luz em seu equipamento você pode:
- Utilizar grandes aberturas, permitindo maior entrada de luz;
- Reduzir a velocidade, expondo o sensor da câmera por mais tempo;
- Elevar o ISO, ampliando a sensibilidade do sensor à luz ambiente.
Se após testar essas configurações, não for possível fazer uma foto de qualidade aceitável, provável que o uso do flash seja uma possível solução.
Lembre-se que nem sempre você terá uma objetiva de grande abertura, com números f/1.4 ou f/2. Ou, ainda, sua objetiva poderá já estar operando no limite de eficiência do diafragma. Haverá momentos em que não será possível trabalhar com velocidades muito baixas, devido ao risco de trepidações ou de pessoas em movimentação constante. E mais: nem sempre haverá condições de trabalhar com ISO muito elevados, a ponto de perder a foto devido ao alto índice de ruídos.
Portanto, além de compensar a falta de uma adequada iluminação local, usa-se o flash também de maneira criativa. Ou seja, permite a criação de efeitos em suas fotos, como sombras dirigidas, atraentes, dramáticas, dissolvidas, destaques, entre outras possibilidades interessantes.
Dispensável
O uso de flash é dispensável e até desnecessário em ambientes ao ar livre e com sol. Exceto se o assunto a ser fotografado esteja a contraluz e deva aparecer na foto. Caso contrário, fotografias realizadas propositadamente à luz do pôr do sol ou de silhueta acabam por dispensar o uso do flash. Veja um exemplo na foto abaixo.
O sol coberto por nuvens, ocasionando uma iluminação de média/baixa intensidade, permitiu apontar a objetiva da câmera diretamente para o sol (onde fiz a fotometria). Num momento de luz plena, com o sol intenso, não recomenda-se essa prática para preservar o sensor.
Para usar esses efeitos a seu favor, é importante que você experimente as possibilidades ofertadas por seu equipamento. Saber como ele se comporta diante das diferentes situações de luz, pois, a cada intensidade e direção do disparo, haverá um diferente resultado de sombras.
CONTINUA NO PRÓXIMO ARTIGO
Enfim, nos encontraremos no próximo artigo sobre técnica fotográfica.
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