Recomendo ler primeiro o artigo – Luz, o princípio (Parte 1)

Outra característica importante da luz é o seu aspecto, pois ela poderá ter um padrão duro ou suave, dependendo da forma como é emitida. Cada um destes padrões tem vantagens e desvantagens que deverão ser consideradas conforme o tema que será fotografado. Luz dura ou suave?

Por exemplo, em um dia de sol percebemos como as áreas sombreadas recortam com alto contraste as áreas iluminadas. Esse atributo indica uma luz dura. Ela tem a vantagem de destacar com precisão a textura das áreas, aumentar o brilho e o contraste da cena, além de realçar as cores. No entanto, um dia nublado que apresenta sombras suaves, sem contraste e com cores pálidas, também pode ser indicado para fotografar pessoas ou ambientes.

Para cada situação existe uma luz certa. Todavia, se tivermos uma luz inadequada, existem recursos que podem melhorar o resultado.

Equilíbrio da luz

Uma boa exposição é o equilíbrio da quantidade de luz? Nem sempre, pois isso depende do resultado que deseja.

Em primeiro lugar, antes de cada tomada, devemos verificar a quantidade de luz presente na cena. Essa avaliação é chamada de fotometria. A medição no ambiente é feita por um medidor de luz chamado fotômetro, presente em todas as câmeras. Todavia, esse apontamento pode ser feito de modo automático pela câmera ou conduzido pelo fotógrafo.

Fotômetro

Em segundo lugar, o fotômetro faz a leitura média entre as áreas claras e escuras de uma cena. Quando feito no modo automático (A – P), ele apenas divide em partes iguais a distribuição da luz refletida que chega ao sensor por meio do diafragma e do obturador. Todavia, quando feito no modo manual (M), é o fotógrafo quem decide a relação entre diafragma e obturador em função do resultado esperado. No entanto, o importante é conseguir o meio termo da quantidade de luz na foto, seja no modo automático ou no manual.

A quantidade de luz deve estar acertada quando atingir o sensor digital, evitando fotos claras ou escuras demais. Para isso, precisa de equilíbrio entre os quatro itens básicos de qualquer fotografia:

Luz + ISO + Diafragma + Obturador

Do mesmo modo, o fotômetro faz a leitura de maneiras diferentes, medindo a luz presente apenas na parte central do quadro, ou considerando a média registrada em todo o quadro. Mas, nem sempre o fotômetro incorporado às câmeras consegue uma relação ideal. Sobretudo em situações com grande variação de luz, em que áreas muito claras estão com outras muito escuras. Às vezes, o assunto principal está fora do setor prejudicando a medição. Entretanto, o sistema HDR pode resolver o problema.

Na calibragem interna das câmeras, é levada em consideração uma média entre os claros e escuros da cena. Mas, muitas vezes, a imagem fotografada é naturalmente clara e a medição mostra uma relação em que a quantidade de luz é mais intensa que a do ambiente ou do tema a ser fotografado. Portanto, tal situação pode levar o fotógrafo ao erro, resultando em fotos muito escuras. No entanto, o contrário ocorre nos temas naturalmente escuros, resultando em fotos claras demais.

Fontes de Luz

Todas as fontes de luz citadas, tanto as naturais como as artificiais, são consideradas fontes contínuas. No entanto, existe apenas um tipo de luz que foge a esta regra: é a luz de explosão, semelhante a uma faísca elétrica, ou a luz dos raios que precedem os trovões durante a tempestade, chamada flash.

Alguns filmes de época trazem cenas em que antigos fotógrafos, utilizando um recipiente carregado com pólvora, detonam a carga na hora do clique, emitindo um forte clarão para iluminar o tema. Ao mesmo tempo que o equilíbrio da quantidade de luz era controlado pelo fotógrafo. Este explodia a pólvora, sincronizando o brilho da centelha com o tempo de abertura e fechamento da cortina do obturador da câmera.

Contudo, desconsiderando o barulho, a sujeira e o cheiro, a maior desvantagem desse sistema era que a luz emitida dispersava-se para todos os lados e somente uma pequena parte dela iluminava o que estava sendo fotografado.

Flashes

Os flashes modernos têm refletores que direcionam a luz, calculam a distância e a potência necessária para alcançar o assunto adequadamente, de acordo com a abertura do diafragma e a velocidade de sincro- nismo do obturador.

Os mais avançados possuem um jogo de lentes que aumentam o alcance da luz do flash para fotos captadas por teleobjetivas, ou difusores que aumentam o alcance do clarão para fotos com objetivas grande angulares.

O flash mais comum, encontrado nas câmeras amadoras compactas e nas câmeras reflex semi-profissionais, são conhecidos por built-in. Esses modelos vêm embutidos no corpo da máquina e, apesar de fácil uso, sua capacidade de alcance e seus recursos são limitados no que diz respeito às sombras e aos reflexos indesejáveis.

Outro tipo bastante popular são os flashes externos, que funcionam conectados ao corpo da câmera por meio de um cabo. Por não estarem anexos ao sistema, requerem cuidados especiais. Para evitar surpresas, devemos considerar a compatibilidade entre a câmera e o flash externo. Caso contrário, o uso do acessório pode danificar de vez o equipamento.

 

Flash Dedicado
Tocha
Controle – Tocha

Os flashes externos podem ser acoplados à câmera por meio do cabo de sincronismo ou colocados direto na sapata de flash.

DICA 1

Quando usar um flash externo, verifique a velocidade de sincronismo ideal entre o piscar do flash e a velocidade do obturador da sua câmera, estabelecida pelo fabricante. Essa velocidade é exclusiva de cada modelo, podendo variar de 1/30s até 1/500s. Podemos sincronizar o clarão do flash utilizando valores de obturador abaixo da velocidade de sincronismo (tempo maior). No entanto, quando trabalharmos com velocidades de obturador superiores as de sincronismo (tempo menor), perderemos parte da imagem encoberta pela cortina do obturador.

Os flashes externos são encontrados em várias opções, sendo que existem tipos próprios para cada foto – existem até modelos subaquáticos. Outro exemplo de flash externo são aqueles utilizados em estúdios profissionais. Eles apresentam dois modelos: um compacto e outro com o gerador separado. Além de potente, eles têm uma lâmpada modeladora que orienta o fotógrafo quanto à direção das luzes e sombras, permitindo muitas opções de luz com acessórios variados. Porém, mesmo estes não alcançam grandes distâncias.

DICA 2

Os flashes podem ter grandes potências, oferecendo uma enorme quantidade de luz, mas com pouco alcance, ou seja, dificilmente um modelo comum vai alcançar distâncias maiores que 5m. Logo, nem adianta disparar o flash na direção do palco em um estádio de futebol se você está assistindo ao show da arquibancada, pois esta luz nunca alcançará o artista!

DICA 3

Use o flash mesmo nas fotos produzidas durante o dia. Ele é muito útil em situações onde há sombras obstando o assunto principal. Por exemplo, em fotos tomadas com o sol a pino, onde o sujeito está usando boné, a sombra será projetada sobre o rosto deixando-o escuro. A luz do flash vai limpar a sombra e iluminar a face sem prejudicar o resto da paisagem. Experimente!

Por que ficamos com os olhos vermelhos em algumas fotos?

O fenômeno dos olhos vermelhos que estragam nossas fotos, é culpa do flash. Acontece o seguinte: ao fotografarmos em lugares mal iluminados, precisamos do auxilio do flash. Por causa do lugar escuro, as pupilas naturalmente aumentam de diâmetro pela pouca quantidade de luz.

No momento em que o clarão do flash explode de súbito, essa luz forte invade o interior dos olhos, refletindo o sangue que está no fundo do olho. Para evitar isso, algumas câmeras dispõe o recurso de redutor de olhos vermelhos cuja execução é bem simples: ao disparar a câmera, ele lança uma luz intermitente na direção do sujeito antes do disparo do flash principal, o que diminui o diâmetro das pupilas, reduzindo a ocorrência do fenômeno dos olhos vermelhos.

DICA 4

FLASH + LUZ AMBIENTE
Em algumas situações, pode-se utilizar a luz do flash para preencher áreas da imagem que ficaram sombreadas ou mesmo manchadas por sombras indesejáveis. É uma técnica que associa a luz ambiente com o flash eletrônico como luz de preenchimento. A quantidade de luz de explosão fornecida pelo flash deve estar equilibrada com a luz contínua do ambiente para haver uma combinação ideal entre as duas fontes de luz, evitando a sobre-exposição, ou seja, imagens claras demais.

Fotos noturnas – Fotos sombreadas e limpas pela luz do flash.
Para fotografar em ambientes com baixa iluminação sem o auxílio do flash é necessário que a máquina esteja fixada no ato da foto: o ideal é usar um tripé. No entanto, a área de uma mesa ou mesmo a quina de uma janela podem servir para manter estável. Dessa forma, evita-se imagens tremidas. O ajuste de ISO mais alto também facilita a captação de cenas mais escuras, porém, podem ocorrer ruídos na imagem, em forma de pixelização, o que pode diminuir a nitidez. Alguns programas de edição ajudam a minimizar o problema.

Quase todos os editores de imagem possuem ajustes que podem auxiliar a equilibrar uma foto escura. Alguns são bem simples de operar, bastando acionar o comando de ajuste de exposição automático (AE) ou corrigir manualmente o brilho, o contraste e as sombras conforme o desejo do fotógrafo.

DICA 5

Quando escolher a sua objetiva ou teleobjetiva, fique atento ao número escrito na frente da lente, junto com a letra ‘f’: ele indica o máximo de abertura que a objetiva alcança. Quanto menor o número, maior é a abertura e mais luz ela será capaz de captar. Assim, uma objetiva f/2.8 é melhor para fotografar no escuro do que uma f/4, por exemplo.

Enfim, nos encontraremos no próximo artigo sobre técnica fotográfica.

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